Filhos x Trabalho

O caminho do sucesso no mundo dos negócios é tortuoso para homens e mulheres, mas elas são obrigadas a enfrentar alguns obstáculos a mais. Um desses obstáculos está ligado à ascensão profissional. As pesquisas feitas sobre o assunto mostram que, se os cargos ocupados pelas mulheres numa companhia fossem distribuídos numa pirâmide, eles apareceriam em maior número na base da organização do que no topo.
Um dos motivos é a MATERNIDADE, obstáculo real que interfere no desempenho das mulheres nas empresas. Até algum tempo atrás, um homem certamente roubaria a vaga de uma candidata jovem, que tem possibilidade de ficar grávida. Hoje em dia, nenhuma companhia séria cortaria da folha de pagamento uma profissional promissora apenas porque ela ficou grávida. Acontece que, se a funcionária não é tão promissora assim, a maternidade pode ser um problema. Embora as empresas declarem que avaliam a profissional por seu desempenho como um todo e não pelo que deixará de fazer temporariamente durante a licença-maternidade, as mulheres precisam estar preparadas para enfrentar essa discussão quando – ou se – chegar a hora.

A questão central é que o embate entre a maternidade e a profissão acontece antes de mais nada na cabeça da própria mãe. E demora a ser solucionado. O primeiro problema aparece no momento em que a funcionária precisa contar ao chefe que ficou grávida. Durante essa conversa, muitas vezes ela cai em prantos. "Elas se culpam por ficar grávidas, como se estivessem admitindo que a partir daquele momento não serão mais as mesmas funcionárias", diz a psicanalista Magdalena Ramos, de São Paulo. Mostram os estudos que a mulher grávida faz duas promessas que acredita ser capaz de cumprir. Uma em casa, sem que tenha sido cobrada a fazê-la, informando que ninguém vai notar que ela trabalha fora. Faz ainda uma segunda promessa no trabalho, deixando claro ao chefe que ele não vai notar que agora ela virou mãe. "E, como é de esperar, fica difícil desempenhar os dois papéis integralmente", afirma a antropóloga Rosiska Darcy de Oliveira.
Não é apenas a gravidez que preocupa as empresas. Uma pesquisa recente feita com empresários paulistas mostrou que cerca de 40% dos patrões ainda encaram a maternidade como um problema. Repare: maternidade, palavra usada para definir a condição de quem é mãe, não se encerra logo após a licença de quatro meses. Ela continua para o resto da vida. Sob a ótica das empresas, há uma espécie de hierarquia velada na preferência por certos tipos de funcionário. Homens levam vantagem. As empresas costumam considerá-los permanentemente disponíveis, dispostos a concordar com transferências de cidade e horas extras sem titubear. Em segundo lugar na escala não escrita das prioridades surgem as solteiras – que a cada dia crescem na preferência dos patrões. Em terceiro lugar estão elas, as mães, com a maior carga de empecilhos. "Por teoricamente não terem disponibilidade para horários alternativos e viagens, elas são as menos elegíveis para uma promoção", afirma Paulo Celso de Toledo Júnior, sócio da consultoria Konsult, em São Paulo.

É impossível negar que a maternidade muda a vida de uma mulher. Muda suas relações com o marido, com os parentes, suas prioridades. Por que não mudaria sua forma de enxergar a vida profissional?Por essa razão muitas mulheres estão ADIANDO o seu momento mãe, para elas está como prioridade ascensão profissional, estabilidade financeira e posteriormente a maternidade.Resultado dissoo número de mulheres que trabalham no Brasil aumentou 180% nos últimos vinte anos.
Fonte: http://veja.abril.com.br

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