Um game que ensina a bater em mulher!?

Não é de hoje que lutamos pelo fim da violência contra as mulheres.

A violência é uma das mais cruéis expressões do machismo e ocorre porque os homens pensam que somos coisa, objeto, que lhes pertencemos, e, por isso, têm o direito de fazer conosco o que bem querem. A afirmação de que a educação, a socialização, e mesmo as brincadeiras de meninos e meninas determinam o modelo que cada um(a) deve seguir quando adulto(a) também não é novidade.

Quando criança, a despeito de qualquer ideia de que video-game é coisa de menino, gostava de jogar com os(as) amiguinhos(as) da minha rua e tinha apreço especial pelo "super mário", "top gear", além do "golden axe". Confesso que hoje já não vejo tanta graça em manipular "joystick", porque os jogos da moda se resumem àqueles bem violentos ou de futebol.

O site "Arena Turbos", especializado em divulgar as últimas novidades em games, trazia a seguinte notícia: Jogador precisa estapear mulheres em Duke Nukem Forever. E o texto ia além: Nele, uma variação do famoso "Capture the Flag", os personagens deverão roubar a mulher do adversário. Caso ela fique histérica e tente fugir do jogador enquanto a segura, o método utilizado para acalmá-la é um firme tapa na cara. Depois, explica: Os produtores do jogo esclareceram que o tapa para as mulheres se acalmarem é dado na bunda, e não no rosto como vários sites divulgaram. Ah, bom...

Fico pensando que, por mais que a gente lute, temos um inimigo muito forte e poderoso sobre o qual temos pouco poder de intervir: o Mercado! É ele quem mercantiliza o corpo e a vida das mulheres, que explora a mão de obra feminina, que impõe padrões e vende violência e poder como expressões da 'superioridade masculina' nos games da moda. É só um joguinho? Tapinha não dói, até porque, é na bundinha? Ficaremos caladas? Até quando?

Por Ticiana Studart - @TiciStudart
Sou verminosa por um monte de coisas, mas principalmente, pelo desejo de ver um mundo diferente, sem degradação ambiental, sem machismo, racismo ou homofobia, sem opressores ou oprimidios, um mundo socialista. Sou petista, feminista e vivo intensamente essa ideologia, transformada em opção de vida. Veja mais no meu blog: 
matandooverme.blogspot.com

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