Mulher x Rock
Nós mulheres geralmente gostamos de ouvir músicas que nos toquem de alguma forma. Reparamos sempre na letra, na melodia suave e no momento que estamos vivendo.
Mas existe um grupo de mulheres que curtem o som pesado, a batida forte e a voz, na maioria das vezes, agressiva. Estou falando do Rock In Holl.
Esse estilo musical é na maioria das vezes apreciada pelos homens. Nos shows e encontros de rock podemos observar que a maior parte do grupo é masculino, mas a mulherada consegue marcar presença mesmo sendo a minoria.
Engraçado é que, nesse estilo musical, o que mais marca é a personalidade feminina, pois as roqueiras levam em si algumas características que as diferenciam das outras. Tatuagens, roupa preta, acessórios grossos e maquiagem pesada. Temos como exemplo as cantoras Pitty e Rita Lee. Já os homens não, pois para gostar de rock não é preciso usar vestimentas da tribo. Sem generalizar, mas a maioria das mulheres roqueiras externalizam essas características, acredito que 90% da tribo se comportam assim.
A emancipação feminina já traz muitos efeitos aqui no Brasil desde muito tempo. As mulheres já compõem músicas de sucesso tanto quanto os homens. Nos anos 80 tivemos uma explosão de musicalidade no mundo inteiro, e aqui no Brasil vivemos essa época ouvindo a própria Rita Lee, assim como também, Marina Lima e Fernanda Abreu que foi seguindo em direção ao Funk nos anos 90.
Todas elas participam de seus trabalhos ativamente, desde a composição da música até a escolha do repertório para os shows. Sem falar nas suas parcerias, sempre com escolhas inteligentes.
Diferente de outros ritmos considerados “comerciais”, o rock feminino expressa atitude, reivindicações, trata assuntos polêmicos, e mesmo assim, não perde a beleza e o mistério que só a mulher têm, pois ela consegue levar a sensualidade e o brilho do seu olhar.
O comportamento esteticamente mais agressivo pode passar uma impressão de jeito não tão feminino, o que não é verdade. Dentro dos padrões atuais, que se vende inclusive nas novelas, uns personagens mais agressivos, revoltados ou interpretados como a “ovelha negra da família” se vestem de preto, e possui as características citadas acima, como aconteceu com a última novela das nove, Passione, a personagem Melina mudou seu estilo de vestir ao ficar ”boazinha” na trama. É como se as roupas e o estilo de Melina fossem conseqüência do seu caráter e jeito de ser. A televisão insinua e influência a forma de ver a vida na cabeça de muita gente, fazendo com que exista preconceito no meio dessa tribo, que ao contrário do que titulam é cheia de personalidade, estilo e ousadia.
categoria: Arte e Cultura, Juliana Lilee
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