Ansiedade: Um dos males que mais afeta a mulher

Ansiedade é considerada o transtorno mental mais frequente pela medicina.

As estatísticas do Instituto Nacional de Saúde Mental nos Estados Unidos (NIMH) estimam que nesse país mais de 40 milhões de pacientes, ou seja, a quinta parte de população adulta, sofra de algum distúrbio de ansiedade. As mulheres são muito mais afetadas que os homens: dois terços das pessoas que recebem um diagnóstico de ansiedade são do sexo feminino. Não existem dados precisos sobre a prevalência de ansiedade na população brasileira, mas tudo leva a crer que seja semelhante à dos Estados Unidos – que significa que também temos algumas dezenas de milhões de pessoas com esse problema.

O diagnóstico de ansiedade é difícil de fazer, justamente porque é preciso diferenciá-la de episódios pontuais do problema, que são considerados normais. Por isso é necessário consultar um médico. Estima-se que no Brasil um terço dos portadores de ansiedade não tenham o seu diagnóstico feito, por não buscar auxilio médico ou por um acompanhamento insuficiente. Com isso essas pessoas seguem com o problema que costuma afetar a vida pessoal e profissional da pessoa, sem solução. As mulheres com ansiedade em geral possuem alguns dos sintomas a seguir: nervosismo, sensação de perigo eminente, irritabilidade, falta de concentração, apreensão, desconforto no peito, palpitações, respiração rápida, falta de ar subjetiva, calafrios, tremores, tonteiras e agitação.

Os transtornos de ansiedade podem envolver comportamento compulsivo, fóbico, insônia, pânico e distúrbios alimentares. As formas mais comuns de ansiedade são os medos e fobias, e o transtorno da ansiedade generalizada. Os estudos tem mostrado que a ansiedade é um problema multifatorial, relacionado com diversos fatores como predisposição genética, traumas emocionais, fatores hormonais, traços de personalidade, bioquímica cerebral e fatores ambientais.

No caso da mulher há um fator muito importante que é o hormonal. Os neurônios que mandam fibras para o sistema límbico (o sistema do cérebro que processa as emoções) possuem muitos receptores de estrogênio. Quando os níveis de estrogênio estão altos o cérebro da mulher é invadido por muitos estímulos percebidos como emoções, que podem causar uma sensação de intranquilidade – a ansiedade. Pode ser esse o motivo que explica a maior frequência de ansiedade no sexo feminino e a tensão pré-menstrual (TPM).

Na minha visão há mais um fator que é determinante relacionado ao estresse cerebral continuado. Cheguei a essa conclusão ao escrever o livro Complexo de Atlas, onde comparo a incidência de ansiedade em várias décadas, desde os anos 50, e observo que houve um aumento contínuo até nossos dias. Relaciono isso ao uso cada vez maior de aparelhos eletrônicos (uso excessivo de computador e telefone celular) e ao fenômeno da globalização, onde todos problemas do mundo afetam as pessoas de forma quase instantânea. O estresse cerebral continuado causa redução da serotonina no cérebro, fator que desencadeia a ansiedade.

Além dos medicamentos convencionais, chamados de ansiolíticos, existem algumas alternativas naturais que podem ajudar a controlar a ansiedade. É bom conhecer essas alternativas e só recorrer a medicamentos de forma pontual, para evitar a dependência que eles causam.

Por isso recomendo uma fonte de triptofano (um aminoácido precursor da serotonina) aos meus pacientes, como banana e chocolate, de forma moderada para não ganhar peso. Outra possibilidade é ingerir o triptofano em cápsulas, junto com vitamina B6 e magnésio. Outros aminoácidos que podem ajudar são a taurina e a glutamina. Eles aumentam a disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade. Eles também podem ser conseguidos em cápsulas.

Existem os chás, a maioria possuindo substâncias que funcionam como sedativos suaves, e podem ajudar no controle da ansiedade diária. As plantas mais conhecidas e estudadas com essa ação são a passiflora, a melissa, a camomila e a valeriana.

Exercício físico diário é fundamental para aliviar o estresse, e assim reduzir a ansiedade. Exercício é uma das armas mais poderosas para vencer o estresse continuado, mostram os estudo científicos. Exercício libera serotonina e endorfinas no cérebro, que vão reduzir o estresse e a ansiedade, além de uma série de outros benefícios como reforçar os ossos, aumentar a massa muscular e melhorar o sistema imunológico.

Pessoas com tendência a ansiedade precisam reduzir o seu estresse diário. Para as que ficam estressadas com mais facilidade, recomendo sessões de massagem e acupuntura regulares e exercícios de yoga e meditação. Muitos pacientes com ansiedade se beneficiam também de tratamentos através da homeopatia e florais de Bach.


Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, autor de livros como: “O Complexo de Atlas”, “Sem Anestesia” e “As Fórmulas Mágicas”. Acaba de lançar “Medicina Ecológica”. Site: www.alexbotsaris.com.br

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