A Mulher Sustentável

Queridas amigas, a partir de hoje estarei com vocês na nova coluna 'Lar Doce Lar' conversando sobre assuntos variados, mas profundamente ligados ao universo feminino.

A mulher, através dos séculos, tem sido um importante agente de transformação social. Mesmo nos tempos mais remotos, quando éramos consideradas seres inferiores e utilizadas quase que apenas com a finalidade de gerar e cuidar da prole, temos um poder imenso e sutil em nossas mãos.

Somos, ainda, as principais responsáveis pela educação e formação de nossos filhos. Aí reside o enorme poder de influenciar positivamente e formar seres humanos íntegros, amorosos e comprometidos com o bem estar de sua família e da sociedade na qual viverá.

Percebam, amigas, que ser mulher não é apenas usar batom e salto alto, mas é, também, ser a maior responsável por tornar esse mundo em que vivemos um lugar melhor. Para nós mesmas, nossos filhos e famílias.

Sei que a maior parte de nós trabalha fora, tem filhos que necessitam de atenção e uma casa para cuidar. Mas nem por isso podemos deixar de cuidar de nós mesmas e de nossas necessidades físicas, intelectuais e emocionais.

Muitas se perguntam, então, como conciliar todos os aspectos da vida de uma mulher profissionalmente ativa e atuante na sociedade, de forma a conseguir tempo e disposição para tudo isso? A resposta é: seja organizada, seja prática e, principalmente, faça tudo com amor e dedicação! Estarei aqui para ajudá-las a tornarem suas vidas mais simples e ainda terem um tempinho a mais para se entregarem às pequenas coisas que lhes dão prazer!

Neste primeiro artigo, gostaria de falar a respeito de sustentabilidade. Então vocês dizem: “Xiiiii, nem vou ler... lá vem mais uma ‘eco-chata’ dizer que devemos todos voltar a viver em cavernas, abandonando a civilização com seus confortos e facilidades!”. Mas estou longe disso, amigas. É claro que penso na necessidade de preservação de nossos recursos naturais, mas não acho que tenhamos que abandonar nossas conquistas tecnológicas para tanto. Na verdade, penso que podemos usar essa tecnologia e conhecimento para criar condições de habitarmos esse planeta de maneira a viver bem sem destruí-lo.

Acho que qualquer ação em favor do ambiente e, consequentemente, em favor da coletividade, começa individualmente dentro da nossa casa. Ao escovar os dentes mantendo a torneira da pia fechada, por exemplo, você economizará vários litros de água no final do mês. Pensando individualmente, talvez isso não signifique um grande impacto. Mas se pensarmos que se, em sua cidade, todos escovassem os dentes com a torneira fechada e milhões de litros de água fossem poupados, o problema tomaria uma dimensão bem diferente.

É de pequenas ações individuais que chegamos a uma ação coletiva de grande impacto tanto ambiental quanto econômico. Já reparou que ecologia e economia andam de mãos dadas? Voltando ao nosso exemplo, não estamos poupando apenas o ambiente ao fecharmos a torneira, mas também o nosso bolso!

Já fez as contas? Digamos que você economize 2 litros de água a cada vez que escovar os dentes. Se você os escova pelo menos três vezes ao dia, estaria economizando 6 litros diariamente. Em um mês, portanto, seriam 180 litros. Em um ano, você terá gasto 2.160 litros a menos desse líquido precioso. Mas então você me diz: “Isso é muito pouco!” e eu concordo, mas se considerarmos outras economias que você pode fazer promovendo pequenas mudanças no seu dia-a-dia, talvez perceba que irá sobrar um dinheirinho a mais para aquele cineminha ou o teatro. Talvez até aquele show que você queira ver, ou levar as crianças para aquele passeio que elas tanto desejam.

Além disso, ao fechar a torneira, você ficará com a consciência mais leve ao pensar que estará contribuindo para um ambiente mais limpo e saudável que será parte da herança deixada por você aos seus filhos, além de lhes dar o exemplo para que continuem a cuidar do chão da própria casa.

Quando deixamos que água limpa desça pelo ralo e vá para o esgoto, estamos jogando dinheiro fora três vezes. Sim, é como se você picasse seu dinheiro e, ainda não satisfeita, o queimasse e, para limpar a sujeira, ainda gastasse mais um pouco com algum produto de limpeza. Não é exagero meu. Para cada gota de água que pagamos ao sair da torneira, pagamos outro tanto pelo esgoto e ainda mais uma parcela em impostos. Se você olhar sua conta de fornecimento de água e esgotos, conhecerá tudo o que compõe a tarifa.

Mas o problema da água não se resume a desperdício. Não devemos apenas economizá-la, mas também cuidar da qualidade do esgoto que despejamos em nossos rios e oceanos. O esgoto doméstico é a principal fonte de poluição de nossas águas, uma vez que as indústrias são obrigadas a tratar seus resíduos antes de os lançarem na natureza.

Mas como colaborar para diminuir esse estrago todo? Eu explico: em nossos lares, diariamente, utilizamos, sem nos darmos conta, uma série de produtos altamente tóxicos e, na maioria dos casos, não biodegradáveis. Ou seja, quando lançados no esgoto, esses produtos intoxicam animais e plantas, matando-os e causando desequilíbrios ambientais graves. Outra consequência é a contaminação desses seres vivos por tais produtos tóxicos que poderá terminar em nossa mesa.

Na prática, o veneno que despejamos no esgoto e do qual pensamos estar livres, acabará voltando para dentro de nossa casa e nos envenenando sem que percebamos. Um exemplo disso é a recente epidemia de E.Coli que atingiu vários países europeus, causando mortes e sérios problemas de saúde. Os brotos de feijão que provocaram o problema, provavelmente, foram irrigados com água contaminada pela bactéria, oriunda de fezes humanas e de animais. Não se trata aqui de envenenamento por produtos químicos, mas é um exemplo claro de que o descarte e o tratamento inadequado de materiais infectantes e tóxicos no ambiente acabam por prejudicar a nós mesmos.

Os venenos aos quais me referi, convivem conosco diariamente e são, em sua maioria, os produtos de limpeza. Tão comuns quanto necessários, estão em nossas prateleiras e fazem parte de nossas vidas desde tempos dos quais não conseguimos nos recordar.

Deixam a casa perfumada, matam germes, deixam brilho e prometem poupar nosso tempo e esforço gastos com a faxina da casa. O grande problema é que, em sua composição, existem produtos químicos altamente tóxicos que podem provocar desde uma pequena irritação a graves envenenamentos.

É óbvio que não podemos deixar de limpar nossa casa! E, para isso, não podemos prescindir da ajuda dos produtos de limpeza. Como resolver esse impasse? Diminuindo a quantidade de produtos de limpeza industrializados que utilizamos, evitando adquirir produtos cuja procedência é desconhecida, como aqueles que são vendidos na rua e utilizando substâncias menos agressivas ao ambiente e à nossa saúde.

Podemos substituir vários produtos industrializados por outros feitos em casa, com substâncias do nosso dia-a-dia, ou encontradas facilmente em farmácias, como vinagre e bicarbonato de sódio, por exemplo. Essa mudança de hábitos trará benefícios à nossa saúde, ao nosso bolso e ao meio ambiente.

Em nossos próximos encontros conversaremos sobre esses produtos e como prepará-los em casa para higienizarmos nosso lar sem alergias e intoxicações, tendo em vista, também, a economia e a preservação ambiental. Ficarei muito feliz em receber seus comentários e sugestões de temas para abordarmos futuramente e, caso tenha alguma dúvida, sinta-se à vontade para perguntar!


Tenham todas uma linda semana, e até a próxima!

categoria: Guta Schnaider, Lar Doce Lar